quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Shake it out

A gente perde a fome. "A gente" quem? Eu, você. A gente sente o sangue subir, espalhando-se quente pelo pescoço e face. A gente sente o toque da frustração pulsar enquanto busca dissociação constante. Por sugestão da autora Natalie Trutmann ao final de um dos capítulos de seu (instigante) livro "Manual para sonhadores", assisti a palestra "Seu gênio criativo elusivo", da escritora Elizabeth Gilbert (Comprometida, Comer, Rezar, Amar). Se escrever é algo supostamente natural para mim desde muito tempo, por que as pausas dramáticas?

Gilbert busca separar a criatividade do artista, de forma que a sua obra não gere tanta angústia. Para isso, estrutura o relato a partir da atribuição da criatividade a um espírito divino, daemons para os gregos, gênio para os romanos. A ideia, basicamente, é a seguinte: se algo produzido por você é brilhante, o crédito não é só seu, é compartilhado com o gênio, aniquilando o narcisismo. Por outro lado, ao encarar um resultado negativo, a culpa deixa de existir. Sim, o gênio entra nessa também!

Os lampejos de Deus só ocorrem quando da união entre as forças - humana e divina - em prol da arte. Quanto a mim? Não posso culpar uma suposta falta de presença do meu espírito divino da criatividade. Eu preciso começar a dar as caras para a magia acontecer (ou não).

Here we go again.


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