sexta-feira, 28 de junho de 2013

Moratória

Recuperar um momento ou algo não dito

Acabamos de falar por telefone
Queria tons equalizados que honrassem a decisão
No entanto, eu lágrima, tu razão, foi minha a barganha
E o pedido por mais uma noite de abraço e calor

Não aguento mais a repetição, a ferida
O masoquismo, o usar, o anseio, o molde
O receio, o medo e a mistura de emoções
Irregulares e imprecisas, por favor

Tenho que pensar na conjuntura
Na estrutura do texto, sem perder detalhes
O contexto, a expressão e a forma
Do que se desenha nas entrelinhas com horror

A responsabilidade é minha e eu a assumo
Mas sou obrigado a vestir uma capa
O capacete e os acessórios defensivos
E andar como se não fosse permitido sentir dor?

Penso nisso como uma música:
O ritmo e o timbre da voz que ecoa
Nos meus tímpanos aquilo que
Corre nas minhas veias e queima com fervor

E eu estou orgulhoso dessa rima simples feita com amor.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Aqui vai meu coração

Camboja, 1º de novembro de 1986.

Para você...

Escrevo-te para dizer o que não ficou claro. Escrevo-te para relembrar o passado. Um passado profundamente esquecido em nossas mentes, mas que, neste momento, vem à tona junto com sentimentos indescritíveis. Escrevo-te para dizer: estou com saudades.
Talvez esta singela carta não cumpra seu papel. Talvez eu nem queira que isso aconteça. Independente de minha força ou vontade, um flash nos posicionou em dimensões opostas e intransponíveis. Por que resolvi escrever? Para ser sincero, nem ao menos sei. São tantas reviravoltas que chega a ponto de ser irônico. Talvez você carregue as respostas que tanto almejo dentro do seu coração amargurado, acabado. São infinitas as dúvidas. São infinitos os medos. É infinita a esperança. Sentimentos tão desconexos entre si que acabam por se unir em um único. As barreiras levantadas diante de nós são destrutíveis, eu sei. Porém, nossas dimensões nunca se encontram. Por isso te escrevo... para tentar quebrá-las.

É realmente triste e emocionante lembrar da nossa amizade: entrelaçados como um feitiço do tempo, separados por obra do destino. A luz que iluminava teu caminho e fazia você compreender o mundo com mais facilidade e entusiasmo extinguiu-se. Agora, procuro-te na escuridão, tateando cada canto deste imenso quebra-cabeça. Palavras não valem nada. Não agora. Enquanto elas eram válidas, não foram usadas da maneira correta, foram jogadas ao vento como as folhas no outono. Mas a incógnita chamada destino nos envolveu neste enigma denominado morte, onde o céu não é mais púrpuro, mas sim, negro e profundo, onde as flores já não possuem cor, exceto as que enfeitam o teu jardim. Agora é tarde para consertar os erros do passado. Ele já está concluído. Quem dera tivéssemos o poder de esquecer cada acontecimento infeliz e desgastante.

Eu poderia até te ter aconselhado. Mas não o fiz. Por quê? Palavras, naquele momento, não poderiam expressar o que eu sentia. Agora, frente a frente estamos. Você não pode me ver, nem eu posso. Minha vida transformou-se radicalmente. Consumido pela inércia e cada vez mais devastado pela angústia.

Você tão perto... contudo tão longe. A distância, mesmo que mínima, é infinitamente dolorosa. Cada segundo é uma facada. Cada minuto é sangrento. Cada hora é uma dor inacabada. Suas lágrimas eram cósmicas: confortantes e ternas. Minhas lágrimas são incessantes, desesperadoras e frias. Falta-me inspiração para falar sobre o que eu sentia e sobre o que hoje sinto. Talvez eu nada sentisse e acabei por me acostumar com essa rotina. Dói escrever sobre isso. Lembranças e sensações fazem com que eu me sinta imergindo num mar de sangue, dor e sofrimento. Profundamente ferido... eternamente marcado.

O ontem me fugiu às mãos. O amanhã nem ao menos chegou. Não posso retornar ao passado e consertar nossos erros. E, muito menos, tentar planejar o futuro. Não foi permitida a mim esta tarefa. O tempo pode ser a resposta pela qual tanto almejamos. O que é o tempo? Os anos que passamos juntos, alegres. Os momentos de grande felicidade. Mas o tempo é também os momentos de profunda depressão e dor. Ele é a chave para emparelharmos as nossas dimensões. Em nossa vida interior pode estar a resposta para todas as perguntas que inquietam o nosso coração. O silêncio é benéfico. Seu silêncio era angustiante.

É amedrontador pensar no que pode estar no meu caminho. Confuso... preciso de você... Você era o remédio para a minha depressão. E agora, quem irá me ajudar? Sinto como se gritasse em uma sala cheia e ninguém ouvisse o desespero da minha voz... a agonia do meu sofrimento. Não tenho sequer a vaga esperança de ser ouvido.

As mágoas corroem a alma e desalentam o entusiasmo. Sei que seu estado emocional era facilmente abalado. Você cansava de renovar constantemente seu estoque de alegria. Pouco a pouco, ficava cada vez mais caída. Entregue às conseqüências de não querer mais viver. Uma relação tão abstrata, porém, ao mesmo tempo, concreta. Uma ligação forte rompida por um desatino, um erro. Um grande erro. Infelizmente eu irei cometê-lo também. Minha razão leva-me a fazer isso.

As luzes se apagaram. As portas se cerraram. O tiro quebrou o silêncio, tornando-o mórbido. Aquele salão de proporções gigantescas. A arma na sua mão... aquele som único... um segundo de revelação... o sangue jorrando incessante de seu coração.

Esta faca que agora empunho contra meu peito, lançar-me-á à sua dimensão e dará as repostas que tanto anseio. Quebraremos o feitiço que a nós foi imposto. A liberdade nos pertencerá novamente.

Seus cabelos não são mais lisos e morenos. Seus lábios não são mais vermelhos e vivos. Seus olhos não são mais verdes e nem se abrem. Mas, em poucos segundos, você deixará de ser apenas uma lembrança para passar a ser minha realidade. Uma realidade que eu pensava não poder existir. Um tempo que viverá novamente. Uma foto revelada dentro de minha mente: intacta, indestrutível.

As palavras agora me faltam. Aliás, neste momento, elas nem valem nada. Ou será que valem? Deixo esta carta sobre teu túmulo para que a chuva que cai renitente leve estas palavras e sentimentos até você. Estas rosas, vermelhas, sangrentas e despedaçadas são o símbolo do nosso momento.

Descanse em paz.

Vejo-te em breve...

Jeferson.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

We found love (ou algo assim)

Com acompanhante

Era noite.
Ele não havia bebido.
Fumara 2 ou 3 cigarros (mentolados) à beira mar.
Enquanto as ondas iam e viam, como sempre fazem, ele se perdeu. O sentimento era o de tentar segurar areia, sempre escapando por entre os dedos. Se a meada encontrava o fio, logo a distância assumia a relação, e o fio da meada, sem intenção de rimar, a ação.
Ah, o melhor é caminhar de volta ao apartamento. Cantarolar uma música pelo caminho. Pés descalços, pouco importa o atrito com o chão.
Um susto. Mudança de planos. É festa!
Troca de roupa: vermelho vivo.
O trajeto, feito de carro, é tenso. Sim, ele prefere sondar as situações antes de se entregar (nem sempre), então é prudente manter-se fechado, calado, apenas entoando um ou outro verso da canção no rádio.
Casa noturna. Boate. Danceteria. Whatever.
Um desconforto, aquele nascido da análise, e um grande escudo – convenientemente prestes a ser estraçalhado.Banheiro. Fila do caixa. Bar. Uma garrafa de água e um acompanhante (inteiro). É cabeça que ferve, talvez lutando contra a razão do ser.
- É um dos sintomas – dizem.
Meia hora, ar livre, terraço. E um retorno com estilo para a pista. Nada mais importa. Tudo é leve. É um gosto de quero mais que se renova a cada fração de segundo. A pele se manifesta de fato como o maior órgão do corpo, numa elevação sensorial que beira a queda livre. Cada passo é camuflado na trilha do orgasmo constante. É a perfeita mediação de conflitos que se manifesta de forma corpórea. A luz, o ritmo, a cadência. Beijo, abraço, conexão. E uma noite no paraíso.

- Promete que a noite não vai terminar?

domingo, 23 de junho de 2013

Dois coelhos

Enquanto assimilo, a única saída que me resta é fingir. Fingir que não quero te ver. Fingir que não esperei um convite ou que pensei em convidar. Fingir que não almejei uma brecha. Ainda dá tempo! Eu vou dizer que nem pensei a respeito, que não me senti ferido, atacado ou abandonado, exceto por mim mesmo. Vou instruir minha mente a enxergar como algo normal, porque é normal; eu que sou um louco exagerado. Vou aceitar, de verdade, que minha versão é a errada. Pelos sintomas, devo estar certo nesse ponto. Vou chorar o que tenho para chorar, sem drama, sem me boicotar, simplesmente para botar para fora, até de forma displicente, como se não me importasse, como se estivesse chorando de alegria pela redefinição que vai nascer, não pela presente-quase-antiga forma de ver. Não vou me punir por cometer velhos erros. Não vou brigar, obrigar, impor, implorar, afinal, estou errado e não vai funcionar. Será uma limpeza como tem que ser, de dentro para fora, honesta, tentando aceitar que o gênio não está sempre trabalhando pelos meus desejos.

A mudança não surge do dia para noite, não chega de surpresa na madrugada, por isso a carga ambivalente de cada palavra: uma simples questão de querer ser diferente, até por fatores de somatização, mas ainda não ter atingido tal patamar. É o clamor pela reconfiguração da imagem que se desenha na mente e a releitura que o coração faz e que determina as ações subsequentes. Vou arquitetar uma nova visão de amor, renovar minhas esperanças, algo que tenha como moldura amor próprio e mecanismo de preservação. Inspirar vontade e exalar leveza. Entrega total? Certamente, mas não totalmente. Faz sentido? O mesmo Jeferson intenso, mas com mais senso, talvez. Vou transformar minha carência em algo-que-ainda-não-sei-o-que-é.  É preciso desnivelar para alcançar outros níveis, entender onde dói e os motivos da dor, para depois unir os andares.


É assim que se mata dois coelhos com uma cajadada?

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Upside Down

Criança livre

Liguei e contei uma história
Ouvi que tenho muita energia
Se desse para vender, ela disse
Tu estarias milionário

Há uma criança que dança dentro de mim
No alto da gangorra
Corre, cabra-cega, bolita
De cabeça para baixo na praça

O adulto é um aprendiz
E mestre na teia de convenções
Que permeia a troca de ambientes
No cruzamento de extremos

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Braile

Ultimamente, o que mais quero é separar as sílabas do teu ritmo. A todo momento. Sem motivo, mas com todos os argumentos do mundo. Nunca supondo que pareço são, longe disso, mas completamente louco, voraz, alucinado e exagerado. Há diversas formas de perceber a minha adonação/adoração: é um querer intenso e semiótico que, quando satisfeito, logo se refaz, desfazendo a satisfação. Um ciclo. São pontos finais dramáticos, vírgulas instigantes, reticências de prazer e pontes de travessões. Pausas. Algo assim, ambíguo, com e sem rima na formação dos períodos. As palavras soltas são os sussurros, a trema aos ouvidos numa hifenização direta com os lábios. As mãos acentuam as curvas, as retas, e tonificam cada sílaba separada para atender à retórica sensorial que transitiva diretamente nossa ligação (a saída do hífen,  fator que gera a aglutinação).

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Is this thing on?

O meu rosto queimou. Um calor espraiado a partir da extremidade da minha orelha esquerda até encontrar onda semelhante vinda diretamente do lado oposto. E eu exclamei: meu telefone vai tocar. Da sintonia fina, uma grande interrogação formada por milhares de versões menores dela mesma, intrínseca ao enigma, ou talvez óbvia demais para a credulidade imediata. É na distância que eu encontro o eco real e estimulante do meu próprio clamar? Na proximidade somos dois polos de igual carga que se repelem? Eu vou escrever esperando a sua leitura para assinar embaixo da construção de algo que não se sabe bem o que é?

Dois corpos de leite entrelaçados perante o espelho, na plena observação do encaixe perfeito, por que não nos devoramos (numa estrada de mão dupla) na totalidade? Será que deixando pela metade fica aberta a possibilidade do reencontro e reitera-se a vontade pelo fato de não haver sido completado o ciclo – sutilmente interrompido nas preliminares (ainda que na intensidade plena)? Faltou desejo, sobrou projeção? Sobrou desejo, faltou ação? Do gozo, a dúvida.

O meu hábito de acrescentar significado a tudo, seguido de perto pelos teus olhos atentos, sorriso de lado, permaneceu. E enquanto tu contemplas meu rosto, e retém o calor da minha pele nas entrelinhas, eu me (re)apaixono pelo fogo com que falas sobre assunto qualquer. Numa mutação, há amor sob a forma de açúcar, um bombom de sentido e, de novo, amor sob a forma mais usual de rosas. Sem espinhos, sem cabo, somente pétalas espalhadas, assim como as peças de um quebra-cabeça.

A minha cabeça, ora envergada por prazer, ora baixa pela dúvida, repassa cada momento. Ela tem ciência da noite singular, em quantidade e representatividade, claramente ligadas pelos seus inversos, e não oscila no que parece permanecer. Se na tentativa de acertar, mostrar ser diferente de quem era quando da primeira era de nós dois, qual a minha visão a respeito dessa desconstrução? Na sua auto-constatada falha em fazê-lo, de fato eu não vi quem devia ver, então, quem é você? O resultado é amor, ainda que banalizado de acordo com as regras de tempo, carência e sabotagem, somado à curiosidade. De um jeito ou de outro, a descoberta?

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Mudança de direção

Gosto de sair sem rumo. Quando morei na Austrália, por vezes sentia o mundo me oprimindo - uma urgência em tirar algo de mim. Para tanto, ia até Bondi Beach. A formação das rochas desenha pequenas cavernas, entradas, verdadeiros refúgios à beira mar. Não vou dizer que ficava sentado por horas, mas contemplava meu pensamento, embora meus olhos estivessem cheios com a maravilhosa visão da água.

Ainda saio sem rumo. Caminho para um lado, caminho para outro. Quem tá de fora acha que eu tô perdido, vagando, ou que, de fato, sou apenas mais um maluco. Tiro meu celular do bolso, me gravo mais uma mensagem. Penso em cada palavra. E é interessante mudar de estilo. Sempre julguei necessário carregar papel e caneta, mas tenho achado mais fácil invadir o sistema - sem censura - ao me ouvir.

Para a transposição narrativa, como inserir os hiatos de silêncio que permeiam a audição? Se vem em partes, vai em partes. Quase fui atropelado. Bem quando eu me perguntava se a vida não é exatamente o pedaço, o hiato, o silêncio, a ausência, o tráfego, uma pessoa sozinha na parada de ônibus acompanhada de suas angústias, medos, vontades...

O prato principal da noite de hoje: a lua no velho formato do sorriso do gato da Alice. Enigmática, profunda. E eu gosto de refazer e desfazer a intensidade, assim, num piscar de olhos. Deixar vir o estado da tristeza, mas extremamente capaz de alterá-lo. Quando a história é compartilhada, e alguém encontra nela uma vírgula, ou o eco pelo fato de não gostar ou concordar, talvez aí esteja a prova irrefutável da nossa interligação.

Hoje eu saí sem rumo, até com uma segunda intenção, mas acabo no supermercado.

domingo, 16 de junho de 2013

Mea Culpa

Incógnita ou O exato momento em que me perdi

Caminhei como se fosse desfalecer no passo seguinte. Lágrimas brotando e um par de pernas hesitantes. De repente, a sensação cardiacamente palpável de ter deixado algo para trás: escova de dente, carteira, meu coração? A tentativa de ler um livro no robô alado, a claustrofobia e a inversamente proporcional golfada emocional, geograficamente localizadas num limbo grávido de expectativas. Num átimo, o cheiro que ficou nas minhas mãos, na clara alusão a porto seguro, uma posse não possuída num enlace indefectível embaixo do lençol.

Eu tinha o costume de pegar papel e caneta quando um trem descarrilava dentro de mim. E não poupava esforços. Criava símbolos. Jogava pétalas de rosas na cama. Compartilhava meu tempo, dinheiro (às vezes pagando o adicional na simples e falha tentativa de garantir a noite seguinte, prometida com o cruzamento dos dedos mínimos, pelo fato de ter gerado uma dívida hipotética) e era expert na construção de expectativas (abstratas e concretas).

Não media esforços. Amava e dizia. E não tinha medo de uma possível retaliação sob a forma de dor póstuma. Eu acreditava. Agarrava e segurava com afinco um palmo de areia, ainda que escorresse entre os meus dedos. Mãos firmes, pernas bambas. Nadava até um bote, mesmo que nunca chegasse nele de fato. Eu era flexível perante a vida. E duro comigo mesmo. Mudava meus planos num segundo para adequar uma situação. Uma, duas, três vezes. Eu endureci. E amolecia.

Eu não sei por onde recomeçar neste casamento de estilos. Será que daríamos certo se eu estivesse aí? Quando vamos nos falar/ver novamente? Vamos nos falar/ver novamente? Com que frequência? O que diremos? Qual será a interpretação do silêncio? Vamos silenciar? Devemos silenciar em benefício mútuo? Qual o tipo de relação que se estabelece quando já se chegou no ápice das palavras? E outras tantas perguntas enigmaticamente aninhadas num aquário habitado por um escorpião.

sábado, 15 de junho de 2013

Silêncio no estúdio

A hora certinha

Ela sente falta do palco
Luzes brilhantes, pés descalços, olhar fixo no horizonte
Acender
Ascender

Brincar com as palavras
Mudar de universo
Colocar-se no mundo
Ovacionar a vida e transformar em âncora tal advento


sexta-feira, 14 de junho de 2013

Edge of evolution

Em tempos de revolução, onde o desejo por transformação vai para as ruas ao abandonar a latência do sofá, é possível vislumbrar o caos através de perspectivas inusitadas e alarmantes. Duas autoras contemporâneas, Suzanne Collins e J.K. Rowling, sabem muito bem como transmutar essa (re)visão em literatura para variadas faixas etárias ao analisarem, com profundidade, o panorama político de forma globalizada.

Com os protestos espalhando-se como pólvora, espocam clarões de "chega", "basta" e derivados em locais reticentes: Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro - além da extensa proliferação (já que os meios insistem em mascarar - até tu, Jabor?) do boca a boca literal e nas redes sociais. A analogia é banal, eu confesso, mas de igual e intensa profundidade. É gritante a Hogwarts sitiada e os distritos em plena ebulição social, ainda que as tentativas em cessar o movimento, não como unidade partidária, mas o caminhar em direção a algo, sejam renitentes e abusivas.

Não temos varinhas ou artefatos de guerra reunidos na Cornucópia, mas certamente carregamos a cicatriz incorrigível da rebelião a dilacerar as algemas impostas de forma velada às nossas mãos.