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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Vou ficar

Família ê, família Alpha

Sou acometido por uma força estranha quando o dia de retornar ao RJ se aproxima. Como escritor, ou simplesmente alguém que escreve, caso soe muito pretensioso o título, a ideia é convidá-lo a se juntar a mim numa retrospectiva. Não, a prerrogativa não é a de informar, mas sim gerar um espelho (na humilde expectativa de interação e que sirva de algum auxílio/consolo/reflexão). Por isso, peço que hoje você finja (ou não) que eu sou seu colunista favorito (oremos): Martha Medeiros, Lya Luft, Diogo Mainardi, Max Gehringer, Márcia Tiburi, enfim.

Há um efeito sanfona em cada visita ao Sul. Desta vez, a expansão do membro cardíaco foi maior, até pela quantidade de quilômetros percorridos, cidades visitadas e tempo da estadia. Volto com caspa (água quente para espantar o frio); alguns livros; uma tatuagem nova; roupas novas; mais um afilhado para mimar e amar, além do já por mim amado e mimado; muitos sobrinhos (na verdade primos, but who cares?); um machucado no pé esquerdo (tenho pânico quando sinto coceira nos pés, já que tirar o couro é a alternativa que resta para cessar a agonia). Foi uma viagem para a família (ainda que eu tivesse planos maléficos de ter uma trip-com-romance-cor-de-rosa). Inclua aí os amigos, aqueles que a gente escolhe, de acordo com o clichê, para fazer parte da nossa vida, mesmo que o laço não seja de sangue. Primos, primas. Tios, tias. Amigos, amigas. Comadre. Compadre. Irmã. Pai e mãe.

Ah, se todos soubessem o tamanho da minha gratidão e da saudade-vontade-de-levá-los-comigo. Sempre ao meu lado, na torcida, não importa para qual fim, pois sabem que eu não desisto. Verdade seja dita: é impossível rever todo mundo. Fica uma dívida, uma conta no bar para acertar na próxima, a antecipação do reencontro, a cobrança tolerável. Na hipótese da concretização do encontro, é preciso focar na qualidade, porque quantidade realmente é outro departamento difícil de encaixar no ISO da amizade.

Eu volto cheio de gás, pronto para dar o meu melhor. Eu volto turbinado com lembranças doces a elevar minha glicose. Eu volto querendo ficar, sim, pois meu coração está com vocês, mas ciente de que a vida é assim, que aqui é a minha zona de conforto (e nela não cabe mais permanecer). Mas posso adiar o retorno: Rio, te vejo dia só dia 10.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Edge of evolution

Em tempos de revolução, onde o desejo por transformação vai para as ruas ao abandonar a latência do sofá, é possível vislumbrar o caos através de perspectivas inusitadas e alarmantes. Duas autoras contemporâneas, Suzanne Collins e J.K. Rowling, sabem muito bem como transmutar essa (re)visão em literatura para variadas faixas etárias ao analisarem, com profundidade, o panorama político de forma globalizada.

Com os protestos espalhando-se como pólvora, espocam clarões de "chega", "basta" e derivados em locais reticentes: Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro - além da extensa proliferação (já que os meios insistem em mascarar - até tu, Jabor?) do boca a boca literal e nas redes sociais. A analogia é banal, eu confesso, mas de igual e intensa profundidade. É gritante a Hogwarts sitiada e os distritos em plena ebulição social, ainda que as tentativas em cessar o movimento, não como unidade partidária, mas o caminhar em direção a algo, sejam renitentes e abusivas.

Não temos varinhas ou artefatos de guerra reunidos na Cornucópia, mas certamente carregamos a cicatriz incorrigível da rebelião a dilacerar as algemas impostas de forma velada às nossas mãos.