quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Eu não sou seu amigo

Vocês se acertaram. Que bom! Para falar a verdade, não sei onde anda minha cabeça. Mentira. Quis falar difícil, esmigalhar as palavras. Pena, elas voaram, subiram nas minhas asas e pegaram fogo quando nos aproximamos do céu. Lembro quando a gente comeu bergamota e ficou lagarteando sob a luz do sol, supondo inocentemente que tudo era doce como a fruta. Mordi um gomo podre, outro seco. Tinha certa desconfiança a contar da casca, levemente machucada, como se tivesse sido deliberadamente jogada no chão. Lembro quando passou a mão pelo meu rosto. Sutil. E eu explodi em fogos de artifício arteriais naquele momento, ciente da plenitude do estopim.


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