Gilbert busca separar a criatividade do artista, de forma que a sua obra não gere tanta angústia. Para isso, estrutura o relato a partir da atribuição da criatividade a um espírito divino, daemons para os gregos, gênio para os romanos. A ideia, basicamente, é a seguinte: se algo produzido por você é brilhante, o crédito não é só seu, é compartilhado com o gênio, aniquilando o narcisismo. Por outro lado, ao encarar um resultado negativo, a culpa deixa de existir. Sim, o gênio entra nessa também!
Os lampejos de Deus só ocorrem quando da união entre as forças - humana e divina - em prol da arte. Quanto a mim? Não posso culpar uma suposta falta de presença do meu espírito divino da criatividade. Eu preciso começar a dar as caras para a magia acontecer (ou não).
Here we go again.