sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Gotas de pulsação

11/3/2011
Nas entrelinhas
02/08/2013

De tempos em tempos (apenas para gerar um mistério acerca do fator impreciso da passagem temporal e suas representações), uma força brota de mim, embora pareça sugerir que me domina de fora para dentro. Geralmente chega sem avisar, apenas arrebenta a porta e senta ao meu lado, como se nos conhecêssemos há anos. Admito que sim, somos conhecidos de longa data, sem dúvida.

O que me incomoda (instiga?) é que, em cada reencontro, a roupagem dessa força é diferente, evoluída e proporcionalmente mais tensa e, sim, intensa. Meu instinto natural é correr, não para fugir, mas para fazer parte dessa essência que emana e vibra em todas as direções sem se quebrar, dividir ou diluir.

É um desejo profundo por chuva somado ao correr na precipitação, cantar, dançar, pular, gritar, exorcizar, amar e verbalizar na água que corre verticalmente a expressão mais condizente com a enxurrada de emoções que se misturam; é olhar pela janela e desejar com tanto fervor que as esferas que se fazem necessárias ajustar, simplesmente acordem alinhadas...

Hoje isso ocorreu novamente e me trouxe para uma reflexão, lindamente vestida de sentimentos, mas que, na verdade, é apenas a moradia de um animal profundamente humano, rumo ao ápice da solidão.

"É preciso amor
Pra poder pulsar
É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir"

Trecho de Tocando em frente (Almir Sater e Renato Teixeira)

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