quinta-feira, 20 de junho de 2013

Braile

Ultimamente, o que mais quero é separar as sílabas do teu ritmo. A todo momento. Sem motivo, mas com todos os argumentos do mundo. Nunca supondo que pareço são, longe disso, mas completamente louco, voraz, alucinado e exagerado. Há diversas formas de perceber a minha adonação/adoração: é um querer intenso e semiótico que, quando satisfeito, logo se refaz, desfazendo a satisfação. Um ciclo. São pontos finais dramáticos, vírgulas instigantes, reticências de prazer e pontes de travessões. Pausas. Algo assim, ambíguo, com e sem rima na formação dos períodos. As palavras soltas são os sussurros, a trema aos ouvidos numa hifenização direta com os lábios. As mãos acentuam as curvas, as retas, e tonificam cada sílaba separada para atender à retórica sensorial que transitiva diretamente nossa ligação (a saída do hífen,  fator que gera a aglutinação).

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