sexta-feira, 28 de junho de 2013

Moratória

Recuperar um momento ou algo não dito

Acabamos de falar por telefone
Queria tons equalizados que honrassem a decisão
No entanto, eu lágrima, tu razão, foi minha a barganha
E o pedido por mais uma noite de abraço e calor

Não aguento mais a repetição, a ferida
O masoquismo, o usar, o anseio, o molde
O receio, o medo e a mistura de emoções
Irregulares e imprecisas, por favor

Tenho que pensar na conjuntura
Na estrutura do texto, sem perder detalhes
O contexto, a expressão e a forma
Do que se desenha nas entrelinhas com horror

A responsabilidade é minha e eu a assumo
Mas sou obrigado a vestir uma capa
O capacete e os acessórios defensivos
E andar como se não fosse permitido sentir dor?

Penso nisso como uma música:
O ritmo e o timbre da voz que ecoa
Nos meus tímpanos aquilo que
Corre nas minhas veias e queima com fervor

E eu estou orgulhoso dessa rima simples feita com amor.

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