segunda-feira, 24 de junho de 2013

We found love (ou algo assim)

Com acompanhante

Era noite.
Ele não havia bebido.
Fumara 2 ou 3 cigarros (mentolados) à beira mar.
Enquanto as ondas iam e viam, como sempre fazem, ele se perdeu. O sentimento era o de tentar segurar areia, sempre escapando por entre os dedos. Se a meada encontrava o fio, logo a distância assumia a relação, e o fio da meada, sem intenção de rimar, a ação.
Ah, o melhor é caminhar de volta ao apartamento. Cantarolar uma música pelo caminho. Pés descalços, pouco importa o atrito com o chão.
Um susto. Mudança de planos. É festa!
Troca de roupa: vermelho vivo.
O trajeto, feito de carro, é tenso. Sim, ele prefere sondar as situações antes de se entregar (nem sempre), então é prudente manter-se fechado, calado, apenas entoando um ou outro verso da canção no rádio.
Casa noturna. Boate. Danceteria. Whatever.
Um desconforto, aquele nascido da análise, e um grande escudo – convenientemente prestes a ser estraçalhado.Banheiro. Fila do caixa. Bar. Uma garrafa de água e um acompanhante (inteiro). É cabeça que ferve, talvez lutando contra a razão do ser.
- É um dos sintomas – dizem.
Meia hora, ar livre, terraço. E um retorno com estilo para a pista. Nada mais importa. Tudo é leve. É um gosto de quero mais que se renova a cada fração de segundo. A pele se manifesta de fato como o maior órgão do corpo, numa elevação sensorial que beira a queda livre. Cada passo é camuflado na trilha do orgasmo constante. É a perfeita mediação de conflitos que se manifesta de forma corpórea. A luz, o ritmo, a cadência. Beijo, abraço, conexão. E uma noite no paraíso.

- Promete que a noite não vai terminar?

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