quinta-feira, 18 de julho de 2013

Amante de Afrodite

Depoimento Aquarela

Eu quero mandar você pastar. Quero que pense que é pra você que eu tô falando, não importa o quê. Quero gritar aos quatro ventos, seja pela inflação do meu ego ou puro desprendimento, que tô flertando mais que comida com geladeira. Que o povo olha nos meus olhos e desce direto pro meu umbigo e, sim, pra exatamente onde você tá pensando agora. É contigo que eu tô falando! Porra, eu quero te dizer que meus lábios 'tão mais vermelhos do que nunca, em chamas, veneno e mel. E que eu não tô nem aí. Meu cabelo tá mais claro, culpa do sol. Tô pra fora, sensual. Não dizem que tudo acaba sendo filtrado pela libido? Pois é.

Antes que você pense, já te corrijo. Não tô me achando nada. Tô longe de espelhos, refletindo no mundo. Tô na minha, tô esperto. Faço charme, viro o rosto, mas tô é muito atento. Ainda hoje, fingi que não vi uma piscadela. Não tô desfilando, mas é lance de passarela. Longe de Narciso, amante de Afrodite. Se for para ser cadela no cio, que seja conscientemente.

Sensualizo a pé, na bike. Cada trajeto é uma onda ascendente de aventura. E tô sempre cantando. Acho que afinado, não sei. Às vezes gritando, sem dúvida. Várias canções pra você. Podem até desmentir o que tô dizendo, não me importo. Sigo alimentando tudo isso, a fera que salta dos meus olhos assim que começo a me movimentar. Se ainda não te falei, meu corpo tá mais quente, o suficiente para me fazer suar. Quero te contar que perdi meu óculos de sol, mas que assim fica mais fácil para os transeuntes enxergarem a miscelânea desmedida de verde, mel e toda cor que surgir nesta nova aquarela.

Não sei se disse tudo, se me fiz entender, mas chega, vou jogar Candy Crush.

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